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Boa Viagem

Exposição no Museu da Língua Portuguesa mostra influência do francês na nossa língua

Museu da Língua Portuguesafoto de Ana Lúcia Borges
Museu da Língua Portuguesafoto de Ana Lúcia Borges

São PAULO - Por mais que se mergulhe em seu bacana acervo interativo e multimídia, sempre se deixa o prédio do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo, já à espera de uma futura chance de regressar e ver mais. Desde sua inauguração, há pouco mais de três anos, o museu vem quebrando recordes. É, por exemplo, o mais visitado do país, tendo recebido mais de 1,7 milhão de pessoas. No momento, acolhe a mostra "O francês no Brasil em todos os sentidos".

A exposição, a sexta temporária do museu, é parte do ano comemorativo da França no Brasil. Aberta em maio, deve ficar em cartaz até outubro. O início é curioso. Logo no primeiro andar, o visitante encontra viadutos metálicos e iluminados. Neles, "trafegam", em todos os sentidos, palavras francesas incorporadas ao nosso vocabulário - são mais de cinco mil!

Outros setores da mostra são um painel histórico que narra ligações entre os dois países de 1505 (o início do intercâmbio comercial) a 1960, com a inauguração de Brasília, cujo projeto foi marcado pelo diálogo criativo entre Oscar Niemeyer e Le Corbusier. No Corredor dos Poetas, obras de autores das duas nacionalidades - como Castro Alves e Victor Hugo, ou Baudelaire e Cruz e Sousa - são apresentadas nos dois idiomas. As seções seguintes desfiam curiosidades sobre a tecnologia, os passos de balé com nomes franceses, a gastronomia (TVs exibem o garçom de um bistrô), falsos cognatos ("faire des chichis" não é o que se pode pensar, mas "frescura", e "baffe", bofetada)...

Mas a mostra não tira o brilho do acervo permanente do museu. No segundo andar, que hospeda quatro instalações, destaque para a Grande Galeria, uma tela de 106 metros de extensão com projeções de filmes que exibem o idioma no cotidiano (em temas como esporte, gastronomia, carnaval, religião e música, caso de Chico Buarque, aí acima) e na história de quem o usa.

Nas demais instalações, totens mostram como outras línguas e povos ajudaram a formar o português do Brasil; uma linha do tempo narra a história da formação do idioma, e um jogo eletrônico permite brincar com a criação das palavras. Tudo interativo e cheio de recursos tecnológicos: é um tal de tocar a tela aqui, apertar botão acolá. Bem divertido.

Mas nada é mais emocionante do que as atrações do último piso. Pega-se a senha para assistir, no auditório, a um filme de dez minutos revelando as origens do nosso português, num "encontro e desencontro de falares" narrado pela atriz Fernanda Montenegro. Dali, passa-se à Praça da Língua, sala às escuras, como um planetário. Durante 20 minutos, imagens são projetadas nas paredes e no teto, e o ambiente é tomado por gravações em áudio de textos de escritores como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Gregório de Mattos, além de canções populares. Tudo gravado por vozes familiares, como Chico Buarque, Maria Bethânia e Paulo José. No fim, quando as luzes se acendem, esses mesmos fragmentos de textos podem ser lidos impressos em placas no chão.

Museu da Língua Portuguesa: Aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Na última terça do mês, fecha às 22h. Ingresso: R$ 6. Estudantes com carteirinha pagam meia e crianças até 10 anos e adultos a partir de 60 anos têm entrada gratuita. Praça da Luz s/n, Centro, São Paulo. Tel. (11) 3326-0775. www.museudalinguaportuguesa.org.br