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HIST�RIA

 

A 'diplomacia das canhoneiras'

 

n Guilherme Poggio

O Congresso de Viena, convocado em 1814, redesenhou o mapa da Europa ap�s a derrota do Imp�rio Napole�nico. Com a Fran�a em peda�os, a Gr� Bretanha n�o encontraria um poder � sua altura at� a unifica��o alem�, consolidada na segunda metade do s�culo XIX. Aproveitando a sua hegemonia mundial, a Gr� Bretanha passou a impor sua pol�tica s�cio-econ�mica (liberalismo e capitalismo) ao resto do mundo usando diversos instrumentos, incluindo o seu poder naval.

Na Am�rica Latina, os interesses brit�nicos esbarravam nos monop�lios portugueses e espanh�is, pa�ses absolutistas e que empregavam o mercantilismo mar�timo. Por esse motivo, a Inglaterra passou a apoiar movimentos de independ�ncia por todo o continente, como forma de abrir novos mercados e quebrar os monop�lios coloniais.

A independ�ncia do Brasil (1822) tamb�m teve o apoio ingl�s, mas o reconhecimento deste como na��o dependia da renova��o dos acordos assinados com a corte portuguesa em 1810. As negocia��es esbarravam sempre num ponto: a extin��o do tr�fico negreiro. Para a Inglaterra, o regime de escravid�o retirava do mercado um imenso n�mero de poss�veis consumidores de produtos industrializados. No Brasil, dominado por uma elite agr�ria, n�o existia preocupa��o com o mercado interno. A produ��o destinava-se ao mercado externo e o emprego da m�o-de-obra escrava era condi��o sine qua non para a manuten��o deste regime econ�mico. Desde ent�o, a quest�o da m�o-de-obra escrava e o tr�fico negreiro viraram ponto de disc�rdia na rela��o Brasil-Inglaterra, culminando com a��es b�licas e rompimento de rela��es anos depois.  

Escalada de atritos

Um novo tratado s� foi assinado em novembro de 1826, e neste o Brasil comprometeu-se a extinguir o tr�fico negreiro em 1830. Por outro lado, a coroa brit�nica formalizou o reconhecimento da autonomia brasileira e intensificou sua penetra��o na vida econ�mica da jovem na��o. As importa��es de manufaturas foram seguidas por bens de consumo. Posteriormente, grupos e empresas inglesas tamb�m passaram a controlar o com�rcio exterior brasileiro, tanto importa��o, como exporta��o, na forma de cr�dito ao com�rcio e aos grandes fazendeiros. A Inglaterra tamb�m foi a fornecedora exclusiva de empr�stimos � coroa brasileira durante todo o Imp�rio. Como se n�o bastasse, o capital ingl�s ainda estendeu seu poder ao setor de transporte (basicamente ferrovias) e servi�os p�blicos (servi�os urbanos como �gua, luz e esgoto) do Brasil. Em outras palavras, existia uma total depend�ncia econ�mica do Brasil em rela��o � Inglaterra.

Essa hegemonia econ�mica, no entanto, n�o era acompanhada por uma submiss�o pol�tica. As elites brasileiras tinham sua pr�pria maneira de conduzir os assuntos internos e manipulavam as tentativas inglesas de acabar com a m�o-de-obra escrava e o tr�fico negreiro. Ap�s 1830, prazo inicialmente acertado com a Inglaterra, os fazendeiros brasileiros procuravam ganhar tempo orientando seus  representantes no Parlamento a aprovarem leis com vistas � aboli��o, mas que na pr�tica n�o eram cumpridas.

National Martime Museum

Captura do brigue Borboleta pelo HMS Pantaloon em 1845. A Bill Aberdeen dava suporte legal �s a��es da Royal Navy em alto mar.

O tratado celebrado em 1826 expirou em 1845. Embora a Inglaterra desejasse a renova��o do mesmo, o Brasil exigia discutir alguns pontos, tais como o melhor acesso ao mercado brit�nico para os produtos brasileiros (basicamente a��car e caf�). Outro ponto de desacordo surgiu com a nova pol�tica tarif�ria brasileira de 1844, estabelecendo impostos de at� 60% sobre produtos estrangeiros.

A resposta brit�nica veio atrav�s do seu Parlamento,  que aprovou a Lei (Bill) "Aberdeen", dando totais poderes � Royal Navy para reprimir o tr�fico negreiro, equiparando-o � pirataria. De forma unilateral, a Inglaterra podia capturar navios negreiros independentemente de sua bandeira, apoderar-se de sua carga, prender seus tripulantes e julg�-los conforme suas leis, ou melhor, o rigor delas. Os navios de Sua Majestade cumpriram com determina��o e rigor esta ordem. Navios brasileiros suspeitos de tr�fico negreiro eram interceptados em alto mar e o caso julgado nos tribunais ingleses. 

Apertando o cerco

Essa pol�tica tornou-se mais agressiva no in�cio do ano de 1850. Comandando o Foring Office,  Lorde Palmerston, solicitou que a Bill Aberdeen fosse aplicada tamb�m na costa brasileira. A partir dessa data, os navios da Royal Navy n�o mais estariam restritos �s buscas e inspe��es em �guas internacionais. Estava autorizada a invas�o de �guas territoriais brasileiras e o reboque de navios suspeitos para fora dos ancoradouros. Era a mais forte express�o da "diplomacia das canhoneiras" no Brasil. As ordens foram passadas aos navios ingleses em junho de 1850.

Dois navios brit�nicos em particular passaram a atuar mais pr�ximos da costa. O HMS Cormorant e o HMS Rifleman. Constru�do todo em madeira e lan�ado ao mar em 1842, o Cormorant era movido por rodas de p�s (uma em cada bordo), al�m do velame tradicional. Embora deslocasse quase1.400t, seu armamento era composto por apenas seis pe�as. J� o Rifleman era uma canhoneira de madeira movida a h�lice que deslocava pouco menos de 600t. De tamanho reduzido, o navio carregava um armamento consider�vel de nove pe�as. Quando chegou �s �guas brasileiras, tinha apenas quatro anos.

No dia 8 de janeiro, pr�ximo � ilha de Alcatrazes (litoral da prov�ncia de S�o Paulo), o HMS Cormorant apresou e incendiou o brigue-barca brasileiro Santa Cruz. Sua tripula��o foi deixada em terra. O mercante, que havia deixado o porto de Santos e rumava para a capital federal, teve o seu destino tra�ado pelo comandante Schomberg,  ao inv�s de ser julgado por um tribunal. Seguiram-se protestos por parte da diplomacia brasileira.

Melhor sorte teve o Paquete de Santos. Apresado pelo HMS Rifleman em �guas territoriais brasileiras, o mercante foi enviado para Santa Helena, para ser julgado num tribunal brit�nico. A situa��o complicou-se no aspecto diplom�tico quando, no dia 23 de janeiro, o mercante S�o Sebasti�o, conduzido por um oficial da marinha, foi for�ado a parar ap�s receber disparo de uma pe�a do mesmo Rifleman. O navio foi confundido com o mercante Carioca, mas n�o houve, sequer, desculpas por parte do governo brit�nico.

Os navios da Royal Navy apertaram o cerco. A��es em �guas territoriais brasileiras j� n�o bastavam. Ba�as e ancoradouros atra�ram as incurs�es inglesas. Foi assim que na noite de 14 de julho o patacho Fausto foi vistoriado dentro da Ba�a de Todos os Santos,  ao largo da capital da prov�ncia da Bahia. No dia 19 as sumacas Diligencia e Santa Cruz foram ca�adas neste mesmo local. Esta �ltima conseguiu escapar.

As rea��es oficiais brasileiras ficavam apenas no campo diplom�tico, mas aqueles que sofriam os preju�zos diretos e parte dos populares indignados decidiram tomar atitudes concretas. Nesse contexto, um incidente tomou parte no dia 16 de maio de 1850. Ap�s uma forte tempestade, o escaler do HMS Rifleman foi obrigado a desembarcar na Ilha de Santo Amaro, prov�ncia de S�o Paulo. Surpreendentemente, o grupo de ingleses foi atacado por diversos civis armados com espingardas. Durante a fuga, um dos ingleses foi ferido e acabou morrendo dentro do escaler. 

Evento semelhante ocorreu no dia 12 de agosto. Botes do navio ingl�s Harpy foram atacados por locais quando estes subiram pelo Rio Guarapari para apresar o mercante Feiticeira duas milhas de dist�ncia pelo territ�rio adentro. Mas estes eventos isolados, aparentemente sem conex�o, tiveram uma repercuss�o muito menor, se comparados ao combate ocorrido no litoral paranaense no final de julho.

Combate no Paran�

Paranagu�, litoral da prov�ncia do Paran�, tornara-se um dos principais centros de contrabando de escravos no Brasil. Naquele labirinto natural de ilhas costeiras, os traficantes utilizavam algumas delas para desembarques clandestinos. Essa informa��o tamb�m era do conhecimento da Royal Navy

No dia 29 de julho, o HMS Cormorant se aproximou da costa paranaense. Utilizando-se de um pescador local, o navio transp�s a Barra de Paranagu� e atingiu o porto do Alem�o, na Ilha de Cotinga. Neste porto estavam fundeados seis navios mercantes. Sem aviso pr�vio, os invasores atacaram e dominaram o brigue Dona Ana, seguido do brigue Serea. Vendo o ataque aos mercantes, o comandante do terceiro brigue, o Astro, resolveu afund�-lo para evitar que a "carga" (dezenas de escravos oriundos da �frica) fosse pilhada e o navio apreendido. O navio de 176t ficou apenas com os tr�s mastros para fora d'�gua.

Ap�s o ataque, os ingleses foram vistoriar os por�es dos navios. Tal foi a surpresa ao constatar que ali existiam apenas v�veres. Tomado pela c�lera, o capit�o ingl�s descontou o seu �dio nas autoridades locais, acusando-as de c�mplices do tr�fico negreiro. Como a��o definitiva, decidiu rebocar os dois navios atacados (Dona Ana e Serea) mais a galera Campeadora.

A. Meien

A fortaleza de N. Sra. dos Prazeres, tamb�m conhecida como Forte de Paranagu�, � uma constru��o tombada pelo IPHAN e localiza-se na Ilha do Mel.

Indignada, a popula��o local passou a exigir uma atitude das autoridades. Um grupo de civis se dirigiu � Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, na Ilha do Mel, com o prop�sito de contatar o capit�o da guarni��o local. Mas o forte, conclu�do pelos portugueses em 1769 e reformado em 1820, encontrava-se desmantelado e suas baterias eram obsoletas contra o moderno navio ingl�s. Mesmo assim, aquele animado e inexperiente grupo de "combatentes" seguiu com o seu plano. Durante a noite, sob forte chuva, um intenso fluxo de embarca��es de pequeno porte levou para o forte p�lvora, armas port�veis,  explosivos e at� proj�teis retirados dos por�es do Col�gio Velho dos Jesu�tas. Para l� tamb�m seguiram carpinteiros e ferragens. Em tempo recorde, aquele grupo de pouco mais de cinq�enta homens conseguiu organizar uma resist�ncia consider�vel e aprontar 12 pe�as de artilharia.

Na manh� do dia 1� de julho, o capit�o Schomberg manobrou seu navio em dire��o � barra, trazendo os tr�s mercantes a reboque. Em sua persegui��o foi enviado um escaler levando um sargento do ex�rcito carregando um of�cio sobre o ataque. A aproxima��o daquela pequena embarca��o colocou os tripulantes do Cormorant em estado de alerta. Disparos foram feitos contra o escaler, mas este acabou escapando do bombardeio.

naufragiosdoparana.com.br

Litografia representando o HMS Cormorant rebocando os mercantes brasileiros para fora da Ba�a de Paranagu�.

O ataque ao escaler pegou a "guarni��o" do forte de surpresa. Interpretando a a��o como um ato hostil e beligerante, a fortaleza passou a disparar contra a embarca��o inglesa. Mais surpresos ainda ficaram os tripulantes do Cormorant, que n�o esperavam uma rea��o t�o feroz de uma velha fortaleza. Come�ou assim um combate entre ambos que durou cerca de meia hora. O navio ingl�s levou a pior. Combatendo em �guas interiores e com suas manobras limitadas pelo reboque, o Cormorant teve a sua roda de bombordo danificada e a popa atingida. Um marinheiro ingl�s morreu e outro ficou ferido. Do lado brasileiro, apenas feridos leves. Os dois brigues foram seriamente atingidos e Schomberg afundou-os na entrada da ba�a. Mas a galera Campeadora seguiu viagem at� Serra Leoa, na �frica.

A reputa��o da Royal Navy havia sido manchada. Um moderno navio ingl�s ser atacado por uma velha fortaleza com armamento improvisado e guarnecida, em parte, por civis destreinados j� era motivo de vergonha suficiente.

'Para ingl�s ver'

O jubilo dos brasileiros durou pouco. Era necess�rio acalmar os �nimos brit�nicos atrav�s de alguma a��o pr�tica ou a situa��o poderia terminar num conflito naval entre os dois pa�ses. O ministro da justi�a - Eus�bio de Queir�s - apresentou ao Congresso um projeto de lei extinguindo o tr�fico negreiro de forma definitiva. Dois meses ap�s o combate em Paranagu�  a lei foi aprovada. Coube � Auditoria da Marinha o julgamento, em primeira inst�ncia, dos crimes definidos nesta lei.

A aprova��o da lei Eus�bio de Queir�s no ano de 1850 esfriou um pouco os �minos de ambas as partes. Pelo lado brasileiro o governo achava que havia colocado um ponto final na disc�ria. J� a elite agr�ria e escravagista via na lei mais uma forma de ludibriar os s�ditos da coroa brit�nica e manter o seu status quo.

Na vis�o do governo brit�nico a aprova��o da lei foi uma vit�ria conquistada com decis�es firmes, com for�as coercivas e com o emprego do poder naval. Em outras palavras, era um exemplo t�pico de que a "pol�tica da canhoneiras" funcionava. Num dos despachos do "Ministro dos Neg�cios Estrangeiros" Lord Palmerston, escrito em outubro daquele ano (logo ap�s a aprova��o da lei), os tons do sucesso da pol�tica belicista ficavam evidentes:

"(...) I must confess that nothing which has passed conveys to my mind any other impression than that the Brazilian government felt that Brazil is powerless to resist the pressure of Great Britain; that they saw clearly that this pressure must, if continued, fully accomplish its purpose of putting down slave-trade, and that they were endeavouring, by every device they could think of, to obtain the greatest amount of diminution of that pressure, with the smallest amount of real concession on the part of Brazil(...)"

Mesmo ap�s a aprova��o da lei Eus�bio de Queir�s, as a��es da marinha brit�nica na costa brasileira tiveram continuidade. Em 25 de julho de 1951, o vapor de guerra HMS Sharpsooter apresou e, posteriormente incendiou, o brigue brasileiro Piratinim, quando este �ltimo transladava escravos da Bahia para S�o Sebasti�o. No m�s de agosto foi a vez do brigue-escuna Novo Mello. Fundeado numa das ba�as da Ilha de Santa Catarina, o mercante brasileiro foi aprisionado pelo comandante do HMS Locust.

O certo � que a lei Eus�bio de Queir�s definitivamente minou as bases do tr�fico negreiro da �frica para o Brasil, mas n�o o extinguiu de vez. As atividades dos traficantes, na forma de contrabando, persistiram por algum tempo. Al�m disso, a lei que declarava "livres" os escravos chegados ao Brasil ap�s 1831 n�o era cumprida. Ou seja, a Lei Eus�bio de Queir�s foi mais uma a��o paliativa do Governo do Brasil para postergar o fim do trabalho escravo no pa�s, seguindo a pol�tica "para ingl�s ver". 

A��es brit�nicas no estrangeiro ao longo da d�cada de 1850

No ano de 1852, a pol�tica interna na Gr� Bretanha sofreu uma grande mudan�a, inclusive com reflexos nas rela��es exteriores. Para o Brasil, o maior reflexo dessas mudan�as veio na forma pr�tica da extin��o da captura de mercantes suspeitos na costa brasileira. Destaca-se tamb�m o reconhecimento, por parte das autoridades brit�nicas, do empenho do Governo do  Brasil e de sua marinha na repress�o ao tr�fico. Mas a pr�tica de apresar navios em alto mar manteve-se, pois a Bill Aberdeen continuava em vigor.

I. Aivazovsky

Batalha de Sinop, norte da Turquia, novembro de 1853. A destrui��o da frota turca pelos russos e o grande n�mero de baixas no ex�rcito otomano levaram a Fran�a e a Gr� Bretanha � guerra.

No final do ano de 1853, as aten��es externas da coroa brit�nica voltaram-se para o leste da Europa. As inten��es expansionistas do Czar russo Nicolau I foram concretizadas na invas�o aos principados otomanos situados nas margens do rio Dan�bio, ent�o sob dom�nio turco. A resposta do sult�o, apoiado pela Fran�a e Gr� Bretanha, foi a declara��o de guerra � R�ssia. No primeiro combate naval, em Sinop, a frota turca foi totalmente dizimada.

Preocupada com a possibilidade da R�ssia obter o controle estrat�gico dos estreitos de B�sforo e Dardanelos, cortando assim as comunica��es com a �ndia, a Gr� Bretanha entrou diretamente no conflito. Ao seu lado combateram tropas francesas e italianas, formando a Alian�a Anglo-Franco- Sarda em apoio ao Imp�rio Turco Otomano. O conflito, conhecido como Guerra da Crim�ia, tomou parte entre os anos de 1853 e 1856 e absorveu grande parte n�o s� da aten��o brit�nica, mas tamb�m dos recursos e dos navios. A quest�o do tr�fico negreiro ficou em segundo plano.

Enquanto a Guerra da Crim�ia era travada no B�ltico, na Gr� Bretanha o poder mudava de m�o mais uma vez. Em 1855 Lord Palmerston (o mesmo que, anos antes, mandou aplicar a Billl Aberdeen em �guas territoriais brasileiras) al�ou o degrau mais alto da pol�tica brit�nica. Tornou-se primeiro ministro de um vasto Imp�rio em sua plenitude. Adepto de uma pol�tica belicista, seu nome ficou associado � "diplomacia das canhoneiras". Na opini�o de Palmerston, atos cometidos contra cidad�os ou interesses brit�nicos no estrangeiro deveriam ser punidos com for�a m�xima.

divulga��o

Lord Palmerston. Seu nome ficou fortemente associado � " diplomacia das canhoneiras". 

Foi desta maneira que estourou a Segunda Guerra do �pio. Em outubro de 1856, oficiais chineses abordaram e revistaram um navio com bandeira de Hong Kong. Inconformados com a "afronta" chinesa, os brit�nicos alegaram que os oficiais insultaram a bandeira brit�nica. A resposta ao incidente veio em 1857, quando tropas brit�nicas desembarcaram pr�ximo da cidade de Guangzhou. Contando com a ajuda dos franceses, russos e norte-americanos, os brit�nicos tomaram a cidade no final do ano e depois seguiram para norte, onde capturaram os fortes de Tanjin em maio de 1858. Seguiu-se ent�o um per�odo de paz, ap�s acordos entre os beligerantes.

O conflito reiniciou em 1859, quando o governo chin�s n�o permitiu a instala��o de embaixadas em Beijin (conforme previa o Tratado de Tientsin). Uma for�a naval anglo-francesa tomou os fortes de Taku em agosto e marchou na dire��o de Beijin. A cidade foi capturada em outubro. Os combates s� tiveram fim no ano seguinte ap�s a assinatura de um novo tratado.

Ainda neste per�odo destaca-se um outro exemplo da trucul�ncia da pol�tica externa brit�nica. A resposta dada �s rebeli�es na regi�o central e no norte da �ndia entre 1857 e 1858 ocasionaram baixas extremamente elevadas do lado indiano e as puni��es impostas aos rebelados sobreviventes foram severas.